Gestão de Resíduos para restaurantes
Contextualização
O Brasil é, atualmente, o terceiro maior produtor de lixo do mundo. Estamos atrás apenas dos Estados Unidos e da China, produzindo cerca de 240 mil toneladas de lixo por dia. Desse total, mais da metade (52%) é lixo orgânico, que acaba em lixões e aterros sem nenhum tratamento.
Primeiro, damos como lixo orgânico principalmente sobras de comida de origem doméstica ou comercial. Nesse contexto, os restaurantes são os maiores responsáveis por esta última. Assim, um bem estruturado Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), é fundamental para diminuir o desperdício. Além disso, a gestão de resíduos destina de forma correta o lixo gerado.
Saiba mais em: “Gestão de Resíduos Sólidos: como gerenciar o descarte?”
Resíduos de restaurantes
Como dito na contextualização, os restaurantes são destinados à produção diária e comércio de alimentos e bebidas. Nesse caso, tais estabelecimentos eventualmente produzem muitos e diferentes tipos de resíduos. A seguir, temos os tipos comuns de descartes comerciais a passarem pela Gestão de Resíduos.
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Materiais de relevância ambiental
Os óleos e gorduras, que devem ser destinados a empresas especializadas neste tipo de coleta.
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Sólidos secos
As embalagens e materiais recicláveis, preferencialmente, devem ser separados e destinados à reciclagem.
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Resíduos orgânicos
Os restos de alimentos provenientes da preparação da comida e alimentação dos clientes. Tais resíduos podem ser reaproveitados, por exemplo, através da compostagem.
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Rejeitos
Tudo que não pode ser reaproveitado de forma alguma. Entre eles temos lixos de banheiro, guardanapos usados e resíduos de limpeza. Nesses casos, são destinados a aterros ou incineração.
A Legislação
A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS foi instituída pela Lei nº 12.305 em 2010. Nela, é estabelecido o gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil e são apresentados conceitos e práticas. Entre elas, a gestão integrada de resíduos sólidos, inclusão social de catadores, logística reversa e responsabilidade compartilhada.
Saiba mais sobre Logística Reversa em nosso artigo “5 empresas que são exemplos de logística reversa”
Sendo assim, a gestão de resíduos sólidos é definida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos como responsabilidade de todos os envolvidos. Ou seja, são responsáveis os geradores, o poder público e os próprios consumidores. Nesse caso, os restaurantes, em seu papel de geradores, devem cumprir suas obrigações ambientais. Portanto, devem contribuir para a prevenção e redução de resíduos, incentivando a reutilização e reciclagem. Além de proporcionarem uma destinação ambientalmente adequada.
Principais problemas encontrados
Entretanto, praticar uma gestão de resíduos eficiente é um desafio para qualquer estabelecimento. Nesse contexto, podemos identificar as maiores e mais comuns dificuldades, são elas:
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Falta de qualificação dos resíduos gerados
Na ausência de uma identificação dos resíduos gerados em cada etapa do processo, não é possível detectar e evitar os maiores desperdícios.
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Ausência da separação dos resíduos
Uma coleta seletiva bem planejada facilita a disposição correta dos resíduos, sendo necessária um rótulo claro para cada lixeira. Assim, a falta de organização dos dejetos dificulta o processo.
- Posicionamento inadequado de lixeiras
De certo, a má disposição pode causar a sobrecarga dos recipientes.
- Funcionários incapacitados
Caso os funcionários não estejam alinhados com os benefícios ambientais de pequenas ações do cotidiano, há uma dificuldade do desenvolvimento de uma cultura sustentável na empresa.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS
Primeiramente, o PGRS é o documento que evidencia as práticas realizadas pelos estabelecimentos para a gestão de todos os resíduos eventualmente gerados. Ademais, ele apresenta as condições mais eficientes e sustentáveis de armazenamento e transporte, assim como a destinação final correta.
Etapas do processo:
- Diagnosticar o processo de produção da empresa;
- Identificar e analisar os resíduos e suas respectivas quantidades;
- Elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos;
- Por fim, estabelecer indicadores de desempenho do monitoramento do PGRS.
Importância do gerenciamento
Temos que os danos causados ao meio ambiente pela disposição inadequada de resíduos incluem a contaminação do solo e possivelmente do lençol freático. Por meio da infiltração do chorume, e a poluição dos cursos d’água que se dão tais contaminações. Além disso, produzem mau cheiro e podem atrair insetos e roedores, que são disseminadores de doenças para outros animais e para os próprios seres humanos.
No caso dos restaurantes, uma boa gestão de resíduos contribui para o controle e diminuição da geração dos resíduos sólidos. Assim, temos como resultado benefícios, entre eles a redução de custos e a otimização do gerenciamento de estoque.
Outros benefícios incluem a constituição de um ambiente mais limpo, com o estabelecimento de uma cultura empresarial mais sustentável. Também promove uma melhoria da imagem social do lugar, que pode ser utilizado como marketing verde, atraindo consumidores mais conscientes e alinhando as práticas com a responsabilidade em relação ao meio ambiente.
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Texto Escrito por Ana Júlia Pereira, Consultora do Núcleo de Engenharia Ambiental da EESC jr. – Empresa Júnior de Arquitetura e Engenharia da USP São Carlos
Ola bom dia. Sou formado em administração de Empresas, e técnico em meio ambiente. Gostaria de informações de como trabalhar com residuos sólidos de restaurantes, supermercados, bares e lanchonetes. Tambem preciso saber onde buscar recursos financeiros com juros baixos, se existe subsidio do governo estadual e federal e até municipal, como incentivo a preservação do meio ambiente. No momento não tenho recursos financeiros próprio para tal empreendimentos. Vejo uma grande oportunidade nesse ramo, visto que na nossa cidade não existe nenhuma empresa com essa finalidade. Grato pela atenção e forte abraço
Onde moro (Duque de Caxias – RJ), praticamente todos os restaurantes, jogam os seus resíduos pela rua, no dia em que a coleta passa pra buscar, assim como fazem os donos de lixo doméstico. Minha principal dúvida é, no lixo doméstico a comlurb busca 3 ou 4 sacolinhas de cada casa e pronto; mas em restaurantes é uma quantidade absurda de lixo (uns 5 sacos de 50L todos os dias praticamente), esses restaurantes não deveriam contratar empresas coletoras para buscar esse resíduo??? ou a lei permite que eles deixem o lixo assim pra que seja coletado igual lixo doméstico???
Muito interessante sua pergunta!
Cada prefeitura estipula um limite diário para recolher os resíduos de estabelecimentos. Por exemplo, em São Paulo, esse limite é de 200L para empresas do setor comercial (bares, restaurantes, hotéis…), então caso ele seja ultrapassado a empresa é responsável por destinar corretamente seus próprios resíduos. Você pode consultar o limite da sua cidade na prefeitura ou no próprio PMGIRS (Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) dela. Para as empresas que ultrapassarem esse limite, o PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) é essencial para que o processo de gerenciamento seja realizado de maneira adequada, objetivando a redução de resíduos gerados pelo empreendimento, o reaproveitamento e a transformação dos mesmos em matéria-prima e em fonte de receita extra para a empresa. Como no caso de restaurantes os resíduos consistem majoritariamente em material orgânico, a compostagem é uma ótima alternativa para destiná-los de forma mais sustentável. Na EESC Jr. temos projetos que ajudam empreendimentos a reduzirem a geração de resíduos e melhorarem a destinação dos que inevitavelmente são gerados, buscando sempre o reaproveitamento.