Quando utilizamos máquinas numa linha de produção, é imprescindível pensarmos nos gastos que temos. Assim, tempo, energia e componentes maquinários podem ser benefícios de uma otimização de máquinas. Assim economizar esses três elementos pode ser a chave para minimizarmos gastos com manutenção e maximizamos o rendimento produtivo. Com isso, a “otimização de máquinas” torna todo o processo mais eficiente, acarretando-nos economia financeira.

Por isso, vamos explicar de que maneira a produção pode ser melhorada e otimizadas através de conceitos da Engenharia Mecânica.

1. Segurança e Norma

Pensar na segurança das pessoas envolvidas nos processos da sua empresa é fundamental. Dessa maneira, é importante dar atenção para as etapas que envolvem a utilização de uma máquina.

Segundo o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, o Brasil é o 4º país com o maior número de acidentes de trabalho. Ou seja, são aproximadamente 700 mil acidentes por ano. Com isso, é fácil perceber o porquê de adequar as máquinas para uma maior segurança. Sendo assim, no Brasil, utilizamos regras e normas para garantir a segurança no trabalho.

Portanto, a otimização de máquinas é imprescidível para aqueles que ainda não estão adequados segundo a NR12. Através dela, é possível identificar erros e previnir possíveis fatalidades futuras.

A norma NR12 pode ser implementada tanto em projetos de desenvolvimento de máquinas novas como em sistemas já existentes. Ela usa de análise preliminar de riscos para considerar os mais abrangentes cenários. Dessa forma, pode-se implementar conceitos como “falha segura”, que mesmo com o mau funcionamento da máquina, onde entra-se em um “modo seguro” que elimine ou diminua seus riscos de operação.

2. Economia de Tempo

Geralmente, só analisamos quanto dinheiro é investido numa produção, mas sabermos controlar nosso tempo de maneira correta é essencial para eliminarmos ineficiências.

Nesse contexto, um grande entrave é o chamado tempo de setup, isto é, o período de preparação das máquinas para a entrada de novos produtos.

Vamos exemplificar esse problema por meio de um caso bastante comum: imaginemos que nossa linha esteja funcionando de forma correta. Após um tempo, é preciso prepararmos as máquinas para produzir um novo item, e, nesse período, a produção permanece paralisada. Esse intervalo de inatividade é o chamado tempo de setup, o qual é prejudicial se muito longo.

O ideal seria se demorasse tanto quanto um “pit stop”, período rápido para troca de pneus no automobilismo(Fórmula 1). Entretanto, não há tecnologia para isso hoje em dia. Assim sendo, assim é possível diminuirmos bastante o tempo de setup, reiniciando o período de atividade produtiva rapidamente.

Por outro lado, não basta analisarmos a etapa entre as fabricações. A velocidade durante a produção também é outro importante item a ser otimizado, aumentando-a sem, contudo, prejudicar a qualidade do produto.

Levando em consideração o tempo de setup e a velocidade de produção, a economia temporal será muito perceptiva, permitindo que possamos nos preocupar com outros setores.

3. Economia de Energia

O setor que mais consome energia no Brasil é o industrial. Logo, economizarmos energeticamente é um esforço sábio para pouparmos nossos recursos.

No funcionamento maquinário, energia útil é aquela que, de fato, fará a máquina funcionar, movimentar-se para exercer a função para a qual foi preparada, mas nem toda energia consumida é útil, sendo uma parte convertida em calor, percebida pelas altas temperaturas, e outra em som, constatada pelos ruídos.

O grande problema é que não pagamos apenas pela primeira, que fará nosso aparelho funcionar, mas sim por toda a energia, mesmo que não façamos nada com a térmica ou a sonora, as quais são grandes se o equipamento produtivo não for otimizado.

Por esse motivo, é de suma importância termos máquina com grande eficiência, ou seja, que exerça a função desejada sem, contudo, desperdiçar o que consome para que menos energia seja utilizada, e, consequentemente, as contas sejam menores.

4. Economia de Componentes

Existem diversos motivos por que os equipamentos industriais se deterioram. Um exemplo é como as vibrações produzidas pela própria máquina e o atrito existente entre duas ou mais peças. Ademais, o constante contato e movimento, além do mau arranjo dos componentes no interior do aparelho, podem afetar o rendimento da máquina.

Em um primeiro momento, podemos não perceber que nossa linha produtiva está trabalhando com imperfeições. Afinal, equipamentos novos não necessariamente mostram sinais de mau funcionamento. Porém, devemos pensar na produção a longo prazo. Por exemplo, a redução de vida útil das máquinas e até a diminuição da qualidade dos produtos produzidos.

O desgaste dos componentes, se não acompanhado por um bom serviço de manutenção, reduzirá drasticamente o tempo de vida do equipamento. Este, como resultado, será trocado por um novo bem antes do que deveria ser. Dessa forma, é gerado custos desnecessários para a fábrica, que poderiam ser evitados se a máquina fosse otimizada.

Além disso, como o processo fabril não trabalhará com rendimento máximo, outra consequência negativa é a queda na qualidade dos produtos, visto que estes não serão feitos da melhor maneira possível, comprometendo até mesmo o nome da indústria.

De qualquer forma, uma boa otimização acompanhada de manutenções periódicas geram o conhecimento sobre o nível de produção. Dessa forma, extraem-se o potencial máximo dos equipamentos, não sendo, de forma alguma, um gasto, mas sim um investimento. Assim, visto que a troca das máquinas é inevitável, seu prolongamento nos faz economizar financeiramente.

Conclusão:

A otimização de máquinas é, sem dúvidas, um processo que nos fará economizar de diversas formas possíveis. Podendo afetar o tempo, poupando nossos esforços para outros segmentos e produzindo o produto final de maneira mais rápida, até dinheiro, em virtude do menor consumo de energia para realizar um mesmo trabalho. Ademais, é possível ter os gastos minimizados com o equipamento, feitos de uma forma inteligente.

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Texto escrito por Luca Borgonovi, Consultor de Engenharia Mecânica e Mecatrônica da EESC jr. – Empresa Júnior de Arquitetura e Engenharia da USP São Carlos -.