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O que sabemos sobre a rede 6G?
23 de junho de 2022
O que sabemos sobre a rede 6G?

A rede 6G será o próximo padrão de tecnologia para redes móveis sendo a sucessora do 5G melhorando ainda mais nos postos em que o 5G já é excepcional: altas taxas de transmissão de dados e baixíssima latência, com o adicional de novas tecnologias inovadoras que suportarão as necessidades futuras da população.

Muitos lembrariam que o 5G de alta velocidade do tipo mmWave ainda nem foi implementado satisfatoriamente pelo mundo e muito menos no Brasil, mas o desenvolvimento do 6G deve demorar em torno de 10 anos e, por isso, já deve começar agora.

Mas por que o 5G não é suficiente?

O 5G já foi uma grande evolução em relação ao 4G permitindo velocidades 10 vezes maiores, mas o 6G promete trazer velocidades máxima em torno de 1Tbps, 100 vezes maior que o 5G. Mas, mais importante do que isso, o 6G permitirá um número de dispositivos conectados simultaneamente nunca antes possível utilizando tecnologia de MIMO massiva o que permitirá que a quantidade enorme de dispositivos de IoT que serão desenvolvidos e popularizados nos próximos anos se conectem a rede móvel, assim como, por exemplo, veículos inteligentes e autônomos que começarão a popular a rede móvel com altas demandas de velocidade de latência para melhor guiá-los em seu trajeto fornecendo mais dados que seus sensores próprios podem fornecer.

Como isso será possível?

Para permitir alcançar tais características serão utilizadas novas de frequência para transmissão do 6G com a combinação de bandas médias e altas de 7 a 24 GHz; e subTHz de 92 a 300 GHz. Além disso, a indústria pretende implementar inteligência artificial na tecnologia 6G como um todo, revolucionando, por exemplo, a tecnologia beamforming. Muitas antenas de transmissão são omnidirecionais emitindo feixes de transmissão de dados para todos os lados, mas isso limita a banda transmitida e o alcance. O uso de inteligência artificial vem então para melhorar a tecnologia beamforming comumente encontrada em roteadores, só que não mais aleatoriamente emitindo feixes em várias direções até encontrar a direção onde o dispositivo receptor está, mas sim usando AI para entender onde ele provavelmente está concentrando os feixes rapidamente e de forma efetiva aumentando muito a velocidade de transmissão.

No quesito ambiental, a AI trará a capacidade de, por exemplo, entender quando antenas 6G poderão ser desligadas sem prejudicar a rede economizando energia elétrica.

O que de novo será possível com o 6G?

O 5G já permitiu até criar fábricas inteiras conectadas com robôs e máquinas enviando e recebendo informações em tempo real. Essa tecnologia conviverá com o 6G simultaneamente, mas haverão novas aplicações muito interessantes.

Hoje, dispositivos de realidade estendida como óculos de realidade virtual e realidade aumentada precisam conectar-se com fio aos computadores para a melhor experiência do usuário, mas o 6G permitirá essa experiência sem fio devido a baixa latência gerando uma experiência realista e, inclusive, causando menos enjoo devido ao baixo tempo de reação.

Hologramas de alta fidelidade sem fio feitos ao vivo também serão possíveis, assim como réplicas digitais interativas de objetos reais.

Muito bom, mas e as desvantagens?

Tudo mostrado até o momento é maravilhoso, mas fica a questão de que as altíssimas frequências em que a rede operará prejudicarão fortemente o alcance da rede e sua capacidade de ultrapassar obstáculos físicos, o que já é um problema enfrentado pelo 5G de alta frequência. Por isso, será preciso de uma infraestrutura muito densa para cobrir áreas com o 6G o que será mais viável, por exemplo em vias públicas, estradas e locais específicos com público alto. Modelos de AI que predizem perdas de sinal serão essenciais para o posicionamento efetivo de antenas de 6G.

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Texto escrito por Daniel Contente Romanzini e Theo Ferreira Menna Barreto, consultores do Núcleo de Tecnologia da EESC jr.– Empresa Júnior de Engenharia e Arquitetura da USP de São Carlos.

Postado por:

Caroline Kanehira

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