A tecnologia assistiva remete a quando a tecnologia é usada para promover inclusão, independência e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida para pessoas com deficiência. Podendo partir desde um desenvolvimento web, em que haja ferramentas para atender pessoas com deficiência visual e sonora, por exemplo, até um braço mecânico para atender pessoas com deficiência motora. Vale ressaltar que a tecnologia tem como propósito facilitar a vida desses indivíduos, então é importante que quando é desenvolvido este tipo de tecnologia olhe-se para a peculiaridade de cada pessoa e de como pode ser feito esse auxílio por meio da tecnologia. Dessa forma, é possível dividir essa tecnologia em algumas ramificações, sendo elas:
- Tecnologia para o dia a dia: é a tecnologia que é desenvolvida para auxiliar no dia a dia do deficiente, podendo ser equipamentos que ajudem em tarefas rotineiras, como tomar banho, cozinha, entre outras;
- CAA (Comunicação aumentativa e alternativa): recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações desta;
- Recursos de acessibilidade ao computador: tecnologias que permitam o deficiente conseguir acessar com facilidade as ferramentas do computador;
- Sistemas de controle de ambiente: esta parte trata-se da automatização de partes das casas;
- Entre outros.
Sendo assim, a tecnologia assistiva vem com o intuito de atuar em diversas áreas a fim de facilitar a vida das pessoas com deficiência em vários aspectos.
Quais são seus benefícios?
É importante ressaltar que a tecnologia assistiva tem vários benefícios, tais como:
- Oferecer mais autonomia: as tecnologias assistivas promovem maior autonomia para que as pessoas com deficiência consigam ser mais independentes e ter mais autonomia nas suas tarefas.
- Promover a inclusão social: ter esse tipo de tecnologia em vários ambientes faz com que mais lugares consigam receber e saber incluir as pessoas com deficiência, promovendo assim inclusão social e mais diversidade nos ambientes.
- Empoderar as pessoas: com esses benefícios é possível que essas pessoas consigam se sentir mais empoderadas para desenvolver as suas tarefas, por terem recursos para realizar os trabalhos que são designados a elas, sem depender do auxílio de terceiros.
Esses são só alguns exemplos do quão benéfico é aplicar tecnologia assistiva nos lugares, esse tipo de tecnologia faz com que essas pessoas tenham acesso e possam realizar as atividades que antes dependiam de outras pessoas.
Aplicabilidade da Tecnologia Assistiva
Como dito anteriormente, a TA tem como função promover mobilidade, independência e bem-estar a pessoas com deficiência. Diante disso, é possível notar que ela permeia os mais diversos cenários do cotidiano populacional. Os recursos de tecnologia assistiva podem ser classificados, de maneira geral, em quatro categorias (havendo, evidentemente, subcategorias em cada uma delas), são elas: comunicação, mobilidade, manipulação e orientação.
- Comunicação
Diversos recursos foram criados para auxiliar as pessoas que possuem alguma deficiência ou ausência na fala, bem como na escrita, uma delas é a “prancha de comunicação”, recurso assistivo que facilita a comunicação não verbal. Pranchas de comunicação são materiais impressos ou digitais que combinam ilustrações com símbolos e palavras escritas. Podendo essas imagens representar objetos, cores, números, emoções, desejos, letras do alfabeto, entre outros. Como essas ferramentas podem ser implementadas em escolas, centros de ensino e trabalho e no próprio ambiente familiar, se tornam recursos assistivos de grande acessibilidade.
Prancha hospitalar impressa
- Mobilidade
Já no quesito mobilidade, temos diversos recursos que facilitam a vida de pessoas com alguma deficiência no que tange a sua locomoção. Uma das mais comuns é a cadeira de rodas para pessoas que não apresentam o movimento das pernas ou que não conseguem sustentar o peso do corpo quando eretas, entretanto, com o avanço da tecnologia e da ciência, até um dos modelos mais clássicos de recursos assistivos pode ser melhorado e facilitar a vida de pessoas com outros tipos de deficiência. Um exemplo disso são as cadeiras de rodas motorizadas, criadas para facilitar a locomoção de pessoas com algum tipo de paralisia dos membros superiores também. Estas funcionam através de um controlador eletrônico que comanda os motores, que são carregados por baterias.
Cadeira de roda motorizada
No setor automobilístico também é possível encontrar a tecnologia assistiva, haja vista que diversos carros são projetados para deficientes, visando sempre a inclusão destes nos ambientes cotidianos, como o trânsito. Um exemplo disso são os carros adaptados para indivíduos com paraplegia. Nesses veículos, os pedais de freio e aceleração que geralmente ficam nos pés, são transferidos para a parte de cima do painel, atrás do volante.
Carro adaptado para pessoas com paraplegia
- Manipulação
A respeito dos recursos de manipulação assistivos, tem-se criado cada vez mais aparelhos inclusivos. No mundo computacional, existem o sistema de teclados em braille. Nele, as células possuem 6 pontos, que podem ser preenchidos (ou não) de várias formas. Cada combinação refere-se a uma letra do alfabeto ou número. Com esse tipo de teclado aliado ao sistema de narração do computador, uma pessoa com deficiência visual é capaz de ser incluída no mundo da informática.
Teclado com sistema em braille
- Orientação
Quando se trata de orientação para PcDs é possível notar diversos aparelhos que auxiliam e facilitam na relação dessas pessoas com os objetos ao seu redor. Para pessoas com deficiência visual, as bengalas de orientação estão cada vez mais robustas e tecnológicas, apresentando recursos inovadores como sistema de GPS. Nesse aparelho, o dispositivo permite a sincronização com celulares, possibilitando o controle por voz e facilitando a localização de novos trajetos como, por exemplo, “o caminho até a padaria”.
Bengala com sistema GPS
É perceptível que a tecnologia assistiva é encontrada nos mais diversos cenários, visando sobretudo a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência, a fim de tornar suas vidas mais fáceis perante uma sociedade que não se mostra plenamente capaz de se adequar a realidades distintas.
Etapas para implementação
As etapas para implementação de tecnologias assistivas seguem geralmente o mesmo procedimento, sendo ele:
- Coleta de dados do usuário: é nessa etapa que se tem o primeiro contato com o deficiente, conhecendo sua história, suas necessidades e suas intenções ao fazer uso da tecnologia.
- Identificação de necessidades e resultados desejados: o passo seguinte à etapa anterior, aqui é onde será explicitado quais os principais empecilhos que esse indivíduo enfrenta no contexto em que vive, o que o impede de realizar determinada tarefa e como as pessoas a sua volta reagem quanto a isso (levando em conta suas necessidades também). A partir desse mapeamento, são definidos objetivos e estabelecidas metas a serem alcançadas pelos responsáveis por desenvolver essa tecnologia.
- Avaliação das habilidades: essa avaliação serve para descobrir as habilidades que essa pessoa tem que os recursos podem potencializar. Dessa forma, sabendo quais as necessidades desse indivíduo, suas principais habilidades e os objetivos e metas a serem alcançados, é feita uma pesquisa detalhada sobre os recursos disponíveis para aquisição ou desenvolve-se um projeto para a confecção de um recurso personalizado.
- Revisão dos resultados esperados: o usuário da TA pode precisar de algum tempo para adaptação do recurso e confirmar se este satisfaz ou não suas necessidades. Em caso afirmativo, o recurso é levado com a pessoa e passa a fazer parte de seu cotidiano, mas sempre com o acompanhamento da equipe de confecção para identificar se aquela nova ferramenta continua útil.
Caso o recurso não supra plenamente as necessidades do indivíduo, podem ocorrer pequenas alterações no projeto ou até mesmo sua reformulação completa.
Como a EESC jr. pode atuar
Dessa maneira é possível encontrar empresas que irão auxiliar no desenvolvimento dessas tecnologias e que vão analisar a dificuldade de cada pessoa a fim de facilitar a vida delas, para isso a EESC jr. realiza pesquisas e estudos antes de iniciar o projeto tecnológico.
Texto escrito por Brena Marques e José Carlos, consultores do Núcleo de Tecnologia da EESC jr.– Empresa Júnior de Engenharia e Arquitetura da USP de São Carlos.
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