Uma das siglas mais utilizadas na atualidade, o ESG tem transformado a ideia de capitalismo no Brasil e no mundo. Mas afinal, o que ela significa?
O que é ESG?
ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance, ou seja, diz respeito a questões ambientais, sociais e de governança.
– Environmental (ambiental): práticas da empresa no que concerne à conservação do meio ambiente. Isso inclui a sua atuação sobre assuntos como a poluição do ar e da água, o aquecimento global e a emissão de carbono na atmosfera, o desmatamento, a escassez da água, dentre outros.
– Social: maneira como a empresa lida com as pessoas que fazem parte dela, e também com a comunidade do seu entorno.
– Governance (governança): tem relação com a administração da empresa, sua conduta corporativa, a relação com governos.
O ESG tem se tornado sinônimo de responsabilidade socioambiental, reputação e credibilidade para as empresas. Além disso, os critérios ESG estão totalmente relacionados aos chamados ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), termo cunhado pela ONU para se referir aos 17 macrotemas que representam os desafios e vulnerabilidades que precisam ser endereçados por todos até 2030 para caminharmos no desenvolvimento sustentável do mundo.
A forma como as empresas respondem às mudanças climáticas, como administram os recursos hídricos e energéticos, se promovem reciclagem e logística reversa, como tratam seus empregados estão entre alguns dos critérios que integram as métricas ESG.
Por que o ESG tem ganhado destaque?
A análise destes fatores tem se tornado cada vez mais comum para investidores decidirem onde farão seus investimentos, pois as métricas ESG passaram a ser relevantes na análise de riscos financeiros dos negócios. Pesquisas apontam que as empresas comprometidas com os critérios de sustentabilidade, que estão representados pela sigla ESG, possuem melhor desempenho financeiro em longo prazo.
De um lado, há benefícios corporativos cada vez mais evidentes. Empresas com desempenho superior em ESG apresentam margens de valorização mais altas do que as que não se preocupam muito em incorporar tais questões em seus negócios.
De outro, as questões ESG passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas decisões de investimentos de bancos, fundos de pensão, gestoras de investimentos, investidores internacionais e até os pequenos bolsos, o que coloca forte pressão sobre o setor empresarial.
Nesse cenário, vemos o conceito do capitalismo de stakeholder ganhar espaço sobre o capitalismo de Milton Friedman, economista ganhador do Prêmio Nobel que pregava que o retorno ao acionista (lucro) deveria ser o principal objetivo de uma companhia. Esse entendimento, com o ESG, está mudando. A geração de valor para todas as partes interessadas na empresa, os chamados stakeholders, passa a ser a razão de existir de uma empresa. Essa visão ficou conhecida como capitalismo de stakeholder.
O que é o capitalismo de stakeholder e como ele se relaciona com o ESG?
Mas o que são os stakeholders? São todos os grupos de alguma forma impactados por uma empresa, e podemos resumir em colaboradores, acionistas, fornecedores, clientes e comunidade. Em uma de suas famosas cartas, o CEO da BlackRock, maior gestora do mundo com 9 trilhões de dólares em ativos, Larry Fink, definiu esse novo modelo:
“Capitalismo de stakeholder não é sobre política. Não é uma agenda ideológica ou social. É capitalismo, impulsionado por relações entre a empresa e funcionários, clientes, fornecedores e comunidades, onde os dois lados se beneficiam e sua empresa prospera. É o poder do capitalismo.”
É difícil pensar em relações duradouras e saudáveis, se não for bom para os dois lados. E o capitalismo de stakeholder é sobre isso. Ao desenvolver fortes laços com seus stakeholders, as empresas reduzem o risco operacional e aumentam a qualidade de seus produtos e serviços. Quando pensam em relações frutíferas com seus stakeholders, as empresas conseguem, com seu negócio e suas práticas, causar um impacto social positivo na sociedade.
Como medir ESG?
Apesar de ser um tema guarda-chuva, ESG pode ser desmembrado em inúmeras outras questões e, nos últimos anos, diversas organizações internacionais se propuseram não só a detalhá-lo, como também compilar indicadores que possam medir o nível de engajamento de empresas de diferentes setores em cada item.
Para demonstrar suas práticas em ESG, as organizações precisam compilar, medir e divulgar essas informações, que, na maioria, são não-financeiras. O grande obstáculo hoje é como medir esse impacto e o avanço nas boas práticas ESG.
Dentre os principais “frameworks”, como são chamados os conjuntos de indicadores que se propõem a apresentar o nível de comprometimento ESG, estão: Global Reporting Initiative (GRI), Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), Climate Disclosure Standards Board (CDSB), Sustainability Accounting Standards Board (SASB), International Integrated Reporting Council (IIRC), International Organization for Standardization (ISO 14001), The Prince’s Accounting for Sustainability (A4S), entre outros. Ainda se discute uma padronização única.
Como a EESC jr. pode te ajudar?
Ufa! Depois de tudo isso que você viu, é aqui que nós da EESC jr. entramos: contamos com soluções personalizadas para nossos clientes, com ferramentas especializadas e métodos complexos para garantir sucesso da sua empresa. Para ficar por dentro do que a EESC jr. pode oferecer, entre em contato conosco e agende um diagnóstico!
Texto escrito por Julia Paschoal Lopreto, consultora do Núcleo de Engenharia Ambiental da EESC jr. – Empresa Júnior de Engenharia e Arquitetura da USP de São Carlos.
Postado por:
0 comentários