Sobre o projeto

O cliente e a ideia

É comum associar a ideia de máquinas e progresso industrial com a poluição e degradação do meio ambiente. Entretanto, é possível criar e utilizar máquinas de modo a evitar problemas e também auxiliar na educação ambiental. Fique agora com o case de sucesso “Oleoponto”, no qual o núcleo de Mecânica e Mecatrônica da EESC jr. ajudou um cliente a desenvolver uma ideia sustentável referente à reutilização de resíduos. 

Zadrik Mendonça, 37 anos, é de Jardins – MS, região de Bonito, santuário  reconhecido pelas paisagens, rios de águas cristalinas e formações geológicas naturais, representando um polo do ecoturismo nacional. Sendo um arquiteto e urbanista, sempre foi ligado ao meio ambiente, principalmente com a preservação dos rios locais que sofrem com o descarte incorreto e irregular de agrotóxicos. Outro produto, o óleo de cozinha convencional, também corrobora para a degradação dos mananciais, quando descartado incorretamente. 

Cerca de 3 bilhões de litros de óleo de cozinha são consumidos por ano no país e apenas 10% disso tudo é reciclado, advindo em sua maior parte de restaurantes e cozinhas comerciais. Deve-se considerar que um litro de óleo contamina cerca de vinto e cinco mil litros de água e, por conta disso, é necessário controlar o descarte e dar um fim adequado para o resíduo. Nosso cliente notou que o problema reside no óleo oriundo do consumo domiciliar, o que ocorre pela falta de pontos de coleta e incentivos das práticas de reciclagem.

A EESC jr. e o desenvolvimento da máquina

Surgiu então a necessidade de ampliar a coleta de óleos de cozinha do consumo domiciliar. Assim, Zadrik pensou em criar uma máquina de baixo custo de aquisição que operasse como posto de coleta e que possa ser colocada em qualquer lugar. Começou a procura por uma empresa que pudesse ajudá-lo, mas o mercado convencional para algo tão inovador é muito custoso. Buscando soluções mais acessíveis e de qualidade, conheceu o MEJ (Movimento Empresa Júnior), formado por alunos de graduação, e chegou até a EESC jr., que topou esse desafio. 

Tínhamos a ideia do propósito da máquina: servir como posto de coleta e incentivar a prática da reciclagem do óleo. Mas como tirar a ideia do papel e entregar uma máquina funcional? Qual seria a melhor experiência para o usuário, o melhor processo de coleta e a melhor rotina de operação da máquina? Quais seriam seus processos e tarefas? Qual seria o seu formato, sua estrutura, e seus componentes internos? Para responder essas questões, foi necessário como primeira etapa do projeto, definir o conceito da máquina. 

Você sabe o que é um protótipo? Ele representa a primeira versão física da sua máquina. Saiba mais clicando aqui.

Para chegarmos na melhor solução possível, a etapa de concepção foi feita através de um processo iterativo de refinamento da ideia. Conversando com o nosso cliente, eram coletadas todas as percepções, tarefas a serem realizadas e desejos para a máquina. Posteriormente, todos as informações coletadas eram analisadas conforme a sua viabilidade e, a partir disso, era desenhada uma rotina de funcionamento para a máquina e também um modelo físico com peças e mecanismos. Com isso, o modelo concebido era apresentado para o cliente para validação, alinhando se todas as necessidades foram atendidas e pensando em possíveis melhorias, recomeçando o processo até a melhor solução. 

Ao longo da nossa concepção da máquina, o Zadrik percebeu também a necessidade de criar uma empresa para suportar a produção da máquina e ampliar a escala do seu impacto. Para isso, era necessário o auxílio de pessoas especializadas em plano de negócios para entregar soluções referentes à estratégia, operações, marketing e finanças. Da nossa rede de conexões, recomendamos ao cliente a FEA Júnior USP (Empresa Júnior da Faculdade de Economia e Administração de São Paulo), uma consultoria empresarial, para ajudar no desafio, e logo em seguida, eles entraram na nossa parceria. O trabalho deles consistiu em validar a demanda da coleta de óleo através de testes com um MVP (mínimo produto viável). Esses testes foram realizados em supermercados, e também montaram um plano de comunicação e de negócio para garantir a sustentabilidade da empresa.

Após os testes com o MVP, nós da EESC Jr. conseguimos identificar quais deveriam ser as características da máquina que tornariam ela mais atrativa para os seus usuários. Consideramos também sua atratividade para os donos de estabelecimentos e mercados e para o pessoal da reciclagem de óleo. Com todas as análises feitas, enfim foi validada com o cliente o conceito final da máquina que garantisse a melhor solução. A partir disso, foi possível iniciar os cálculos e os dimensionamentos do produto.

Para o desenvolvimento da máquina concebida, tivemos que transformar o caminho do óleo por dentro da máquina em etapas menores com funcionalidades muito bem definidas. Projetamos a máquina para coletar o óleo de maneira automatizada e higiênica, filtrando todas as impurezas que prejudicassem a reciclagem. A quantidade doada é bombeada e distribuída para galões de armazenamento, além de ser contabilizada e convertida em bonificações para o usuário. 

Conheça cada etapa de um projeto mecânico com o nosso artigo.

Ao longo do desenvolvimento da máquina, realizamos o desenho da estrutura e do revestimento externo, o cálculo de esforços nos componentes mecânicos, a análise dinâmica das partes móveis, a escolha e a programação de motores, bombas e sensores de alimentação energética. Além disso, a máquina conta ainda com uma tela de interface para o usuário e um sistema de coleta de dados que mostra a frequência de doações e capacidade de armazenamento.  

Depois de um longo trabalho – possibilitado e realizado por toda essa rede de pessoas – hoje, a nossa máquina está começando a ser implementada em supermercados de Campo Grande (MS), ajudando a conscientizar a população sobre a questão do descarte. O que antes era um sonho de ajudar a preservar a natureza local, hoje em dia se transformou na Óleoponto, a startup fundada pelo Zadrik em meados de 2019 que mais colabora para a preservação de rios e seus mananciais. O que começou como uma ideia de máquina para aumentar a coleta de óleo, se tornou em um modelo de negócios com rentabilidade validada.

Hoje, a Óleoponto já foi finalista do StartupFarm, e ainda continua a concorrer em outros programas de aceleração no Brasil.  Além do fato de ter angariado até agora R$ 150.000,00 em investimentos. Nosso projeto foi reconhecido com NPS 10 pelo nosso cliente, e além disso, colaborou diretamente com 3 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promovidos pela ONU em sua agenda para 2030 (Indústria, inovação e infraestrutura, Consumo e produção sustentáveis e Vida debaixo d’água).

E você, tem interesse em criar sua própria máquina através dos serviços da EESC jr.? Entre em contato conosco, agende um diagnóstico e receba um orçamento, sem compromissos. Somos bons no que fazemos e fazemos por que gostamos.